Visibilidade e Respeitabilidade

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Visibilidade e Respeitabilidade: Memória e luta dos negros nas associações culturais e recreativas de São Paulo (1930-1968), de Maria Aparecida Pinto Silva, novo lançamento da Aquarela Brasileira Livros, discute o racismo em São Paulo, Brasil

 

No início da década de 1950 a UNESCO encomendou a um grupo de cientistas sociais brasileiros um conjunto de pesquisas que abordassem as relações raciais no Brasil, vistas pelo mundo como harmônicas e democráticas. A conclusão desse estudo, porém, revelou exatamente o contrário, evidenciando uma sociedade racista que perpetuava a invisibilidade e marginalização do negro.

Esta obra de Maria Aparecida Pinto Silva, a partir de sua dissertação de mestrado apresentada há 23 anos na PUC de São Paulo, traz à luz essa cruel realidade, desvendando não só o contínuo processo de exclusão do negro, mas também sua resistência e luta para conquistar seu espaço na sociedade, impondo sua visibilidade e respeitabilidade, particularmente na cidade de São Paulo.

A autora nos faz viajar nessa jornada através das memórias de um grupo de interlocutores negros, memórias que se cruzam, formam uma identidade étnica e os legitima como sujeitos de sua própria história, uma história que nos remete à abolição, passando posteriormente para a fundação de ordens religiosas que acabaram originando associações negras, uma imprensa combativa –em especial na década de 1930-, e espaços de cultura e lazer, onde se agregavam e davam uma resposta ao racismo, afirmando-se como um grupo que se fazia visível na mensagem que passava para a sociedade: existimos, temos dignidade e somos respeitáveis.

Conforme declara a autora, “Tenho um carinho muito especial por essa pesquisa que diz muito sobre minha própria trajetória: meus pais, tios e avós foram protagonistas na luta dos negros paulistanos pela sobrevivência material, pela dignidade e espiritualidade. Meu avô foi secretário na Igreja do Rosário por 30 anos, meu pai era da Associação Cultural do Negro, meu tio um dos fundadores do Aristocrata, meu tio avô era do KWY e seus amigos do Royal… a lista não termina…”

Hoje o debate sobre a questão racial é urgente, é pauta de todos os meios de comunicação. A leitura deste trabalho se torna extremamente pertinente, já que vivemos um momento histórico no qual, mais do que nunca, os negros se rebelam contra o racismo e se colocam como protagonistas e narradores de sua história, comumente contada pelo branco.

 

SOBRE A AUTORA
Maria Aparecida Pinto Silva é graduada em Ciências Sociais e especialista em Antropologia pela UNICAMP. Tem o mestrado e o doutorado pela PUC de São Paulo. É professora universitária desde 1988 e professora aposentada da rede pública do Estado de São Paulo. Seus estudos desde a graduação foram pautados pela questão étnica: estudou o baile negro Chic Show, as Associações Culturais e Recreativas de São Paulo e por último na academia desenvolveu a tese sobre o jornal “A Voz da Raça”, da Frente Negra Brasileira. Atualmente dedica-se ao estudo do continente africano.

 

DADOS DO LIVRO
Título: Visibilidade e Respeitabilidade: Memória e luta dos negros nas associações culturais e recreativas de São Paulo (1930-1968)
Autor: Maria Aparecida Pinto Silva
Editora: Aquarela Brasileira Livros
Gênero: Prosa, Poesia
Formato: 14 x 21 cm
Número de páginas: 144
ISBN: 978-65-86867-04-6
Web: www.aquarelabrasileira.com.br/visibilidade-e-respeitabilidade

 

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