Cartas Portuguesas

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Enclausurada em um convento, Mariana Alcoforado colocou no papel toda a sua paixão e desespero. Essas cartas tão belas e comoventes há séculos vêm encantando leitoras e leitores em todo o mundo.
A primeira edição que se tem notícia deste conjunto de cartas teria sido publicada em Paris por Claude Barbin, em 1669, sob o título “Lettres Portugaises”.
Essas cartas podem ser vistas como estudos, tratados e especulações sobre os sentimentos, especialmente sobre o amor e a paixão, tecidas de forma livre pela voz e o olhar de uma jovem do século XVII. O teor delas confirma que o amor é atemporal, universal, repetitivo, mas único sempre, e quando o amor chega, ele arrepia, arrebata, sacode, revira e planta um monte de flores e questões. Alguns aproveitam, outros entram em desvario, como foi o caso da romântica e intensa Mariana.

Trecho do livro:
“Estou convencida de que talvez encontrasse aqui um amante melhor e mais fiel; mas ai!, quem me poderá ter amor? Conseguirá a paixão de outro homem absorver-me? Que poder teve a minha sobre si? Não sei eu por experiência que um coração enternecido nunca mais esquece quem lhe revelou prazeres que não conhecia, e de que era suscetível? (…) que todas as paixões que se oferecem como auxílio, e se esforçam por o encher e apaziguar, lhe prometem em vão um sentimento que não voltará a encontrar? , que todas as distrações que procura, sem nenhuma vontade de as encontrar, apenas servem para o convencer que nada ama tanto como a lembrança do seu sofrimento? Porque me deu a conhecer a imperfeição e o desencanto de uma afeição que não deve durar eternamente, e a amargura que acompanha um amor violento, quando não é correspondido?”

SOBRE A (POSSÍVEL) AUTORA
Mariana Alcoforado (Beja, Portugal, 2 de Abril de 1640 — 28 de Julho de 1723) é a personagem e presumível autora das cinco “Lettres Portugaises” (As Cartas Portuguesas — título com que foram publicadas em 1669 em França) dirigidas a Noel Bouton de Chamilly, conde de Saint-Léger, oficial francês que lutou em solo português sob as ordens de Frederico de Schomberg, durante a Guerra da Restauração. Tais cartas acabariam por se tornar num clássico da literatura universal.
Com onze anos Mariana Alcoforado foi obrigada a entrar para um convento, a fim de ficar a salvo do brutal conflito provocado pela guerra com Espanha e para honrar o testamento materno que a nomeava freira do Convento da Conceição. Sem ter nenhuma inclinação religiosa, ela foi assim destinada a uma vida enclausurada, partilhando da sorte de muitas raparigas da sua época, que eram encerradas em conventos por decisão paternal.
Impotente face à irrevogável decisão do pai, Mariana submete-se à clausura, mas anseia pelo dia em que poderá regressar ao seio da família e à liberdade da vida real. Um dia (não se sabe a data precisa) chega à cidade de Beja um regimento francês, comandado por Frederico de Schomberg, que ali se encontrava para apoiar o país contra Espanha na Guerra da Restauração (1640-1668). Quis o destino que o seu olhar se cruzasse com
o do jovem oficial francês Noel Bouton. Mariana estaria na janela de Mértola do convento, e dessa troca de olhares nasceria um amor imediato e profundo.
Tendo então a idade de vinte anos, o instinto físico falou mais alto e deixou-se dominar por uma incontrolada paixão que a fez introduzir Bouton secretamente na sua cela durante várias noites seguidas.
Descobertos, a notícia dessa relação difundiu-se rapidamente causando escândalo. Mariana pertencia à poderosa família dos Alcoforados, e temeroso das consequências, Bouton saiu de Portugal, com o pretexto da enfermidade de um irmão e prometeu
mandar buscá-la.
Duma janela do segundo piso do Convento, esperaria Mariana por notícias do seu amado, vivendo a sua paixão impossível e desesperada, na sua condição de mulher destinada a Deus. Na sua espera, em vão, escreveu as referidas cartas, que contam uma história sempre igual: esperança no início, seguida de incerteza e, por fim, a convicção
do abandono.
A sua correspondência destinada a Bouton, um conjunto de cinco cartas escritas em francês, foram publicadas em Paris por Claude Barbin, e foram avaliadas entre as mais comovedoras do gênero. Esses relatos emocionados fizeram vibrar a nobreza de França,
habituada ao convencionalismo. Além disso, levaram, para a frívola sociedade, o gosto acre do pecado e da dor, pois traziam a lume as intimidades de uma freira.
“As Cartas” anteciparam o movimento literário romântico e serviram de inspiração a La Bruyère, Saint-Simon, Saint-Beuve e muitos outros autores românticos.
Rousseau, por achar as cartas demasiado belas para serem escritas por uma mulher, negava-lhes a autenticidade, atribuindo a autoria a escritores franceses ou portugueses como Alexandre Herculano ou Camilo Castelo Branco.
De fato, desconhece-se como e porque razão tais cartas foram parar às mãos do editor Claude Barbin e como tal presume-se que tais cartas possam na verdade tratar-se de uma obra de ficção difundida como sendo verdadeiras como um modo de publicidade.
Mas no seguimento especulativo, há também a considerar porque é que “As Cartas”, escritas em francês, possuem acentuados vestígios de sintaxe portuguesa. Especula-se por isso que estas provêm de uma tradução literal de cartas escritas em português — e perdidas —, ou então compostas por alguém que, conhecendo o idioma francês, não o dominava a ponto de redigi-lo com absoluta perfeição. Na biblioteca dos Alcoforados acharam-se também inúmeros livros em francês, indício provável de que era uma família que se servia frequentemente da língua francesa, pelo menos para leitura.
Às “As Cartas” seguiram-se “As Respostas” assinadas por Bouton, e outras demais obras com as mesmas personagens, mas todas essas publicações são efetivamente apócrifas e não têm a mesma qualidade ou tiveram a mesma receção crítica do público.
Atualmente especula-se que as cartas sejam provavelmente uma obra de Gabriel de Guilleragues, um diplomata e jornalista francês, secretário do príncipe de Conti, mas a sua verdadeira autoria, provavelmente nunca o saberemos.
Sejam “As Cartas” verídicas ou não, Mariana Alcoforado, existiu realmente, e o escândalo que houve em torno da sua pessoa, também foi verdadeiro. A sua vida, tornada famosa pelas cartas, foi motivo de inspiração a diversas obras teatrais.
Mariana, pela sua vez, com o tempo reabilitou-se da sua tristeza. Pelas boas obras que prestou enquanto freira adquiriu o título de “Soror” e chegou à posição de abadessa do Convento. Morreu já idosa, aos oitenta e três anos de idade em 1723, no Convento da Conceição, em Beja.

DADOS DO LIVRO
Título: CARTAS PORTUGUESAS
Autora: Mariana Alcoforado
Editora: Aquarela Brasileira Livros
Gênero: Cartas
Formato: 13,5 x 17,5 cm
Número de páginas: 76
ISBN: 978-65-86867-10-7
D.L: 491523/21
Web: www.aquarelabrasileira.com.br/cartas-portuguesas
Encomendas/Pedidos: faleaquarela@gmail.com

 

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