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Almas da liberdade

Almas da Liberdade_CAPA 3D Almas da Liberdade_Quarta CAPA 3D

ALMAS DA LIBERDADE, novo título da Aquarela Brasileira Livros, reúne textos de três autores negros

Realidade e ficção se entrecruzam em histórias com lirismo e crítica afiada da vida do povo negro no Brasil

O caminho da liberdade, Largo do Rosário, Treze de Maio, Afeto: são três moços conversando sobre a vida. Conversam sobre infância, amizade, amor, sexo, família, bailes, futebol, poesia, e também sobre perrengues, violência, racismo, movimento negro, política e esperança. São memórias de quem já viveu (e vive) as aventuras, delícias e dores de ser negro no Brasil.

Em Almas da liberdade, de Paulo Rafael, Romildo Ibeji e Stiãojs, o leitor encontrará poesias, prosa, artes gráfica e crônicas, registros de memória, saudações à ancestralidade e ao sentido da liberdade. Segundo os autores, o sentido da liberdade é ter muita fé na vida e em tudo que a inspira, apesar das atrocidades, dificuldades, opressão e contradições do cotidiano.

Talvez por isso possamos encontrar nos autores elos com a chamada geração mimeógrafo dos anos 1970. A consciência negra ou negritude dos três moços recorda o Treze de Maio, data da abolição da escravatura (1888), o Sete de Julho, data da fundação do Movimento Negro Unificado nas escadarias do Teatro Municipal da cidade de São Paulo. Todos os momentos são uma tradução da força da “gente preta que incomoda” a sociedade racista com suas movimentações e passeatas contra o racismo, o machismo, homofobia, pobreza e todas as formas de intolerância.

O pensamento poético da consciência negra dos três autores homenageia o ativismo da luta negra, intelectuais, artistas, sambistas, entes queridos e queridas, guerreiras e guerreiros do dia-a-dia. Cada um ao seu modo nos fala de projeto de futuro e reinventa o Brasil sacudindo palavras de ordem e progresso que não combina mais com azul celestial da bandeira brasileira, e sim com a indignação de toda a sorte, e com as injustiças sociais, fim do futebol arte e dos sonhos das famílias negras.

A luta continua na revolução cotidiana de todos que se reúnem nas ruas, bares e diversos cantos, seja na juventude negra que, historicamente, luta e denuncia o GENOCÍDIO da população preta, sejam os negos véios ou Mvs (mais velhos) e sua resistência ancestral, seja a mulher negra trabalhadora doméstica mãe ou artista, cantora ou escritora, esteio da vida, guardiã da ancestralidade, fonte de inspiração, às vezes lembrada, esquecida e até renegada, seja nos territórios e territorialidades negras no Brasil, em Angola, Moçambique ou Guiné Bissau e mundo afora.

Quem assina o prefácio é Gevanilda Santos, historiadora e mestre em Sociologia pela PUC-SP, professora universitária, pesquisadora das relações raciais brasileiras e ativista do Movimento Negro Paulista.

No encontro, no diálogo e na amizade, os autores compartilham seus escritos de ontem e de hoje, apresentam suas intimidades, desnudam sentimentos e principalmente revelam seus olhares para a vida, na busca incansável de novos significados e sentidos.

“Sim… produzir sentidos… porque me parece que para essas ‘almas livres’, escrever significa de algum modo elaborar suas histórias e paixões, dar nome às coisas simples que permeiam a existência cotidiana, para trazer à tona as lembranças e ao mesmo tempo lançar o olhar e o coração para o futuro que virá”, como bem aponta a psicóloga, pós-graduada em Crítica de Cinema pela FAAP e Mestre em Comunicação Visual pela Universidade Anhembi Morumbi, Lucy Franco, no prefácio.

A organização do livro e coordenação editorial é de Wagner Merije.

Com esse novo lançamento a Aquarela Brasileira Livros se orgulha de trazer mais uma publicação de inestimável valor para a cultura e a memória do povo brasileiro.

SOBRE OS AUTORES

Paulo Rafael nasceu em São Paulo, no bairro da Mooca, em 25 de janeiro. Começou jogando bola na várzea, no time Estrela do Oriente. Esse time era uma mistura de okinawanos, portugueses, italianos e afros brasileiros. Foi na várzea que entendeu mais sobre diversidade. Foi office-boy, aprendeu muito andando pelo centro da cidade. Também entregou jornais, trabalhou como educador na Secretaria de Estado da Criança, na Rádio Heliópolis e no Instituto Caboverdeano de Menores, em Cabo Verde – África. Nessa época colaborou com um jornal da comunidade cabo verdeana em Boston. Desenvolveu pesquisa para os documentários ‘Ermelino é Luz’ e ‘Um dia de Samba’, de Pedro Dantas. Ah, e teve um bar na praia de Camburi, junto com um sócio, que divide este livro. É historiador, educador e autor do livro infanto juvenil ‘O Mundo cá tem fronteira: Uma Aventura Brasil – Cabo Verde’ e do texto ‘O Garoto Régulus’ – Uma homenagem a Paulo Freire.

Romildo Ibeji nasceu em 29 de junho de 1960, dia de São Pedro, zona leste de São Paulo, famoso Cangacity. Primário fez na Escola Estadual Guastini Eiras, o ginásio também. O colégio fez no Brás, na Escola Técnica Francisco Matarazzo. Depois dos estágios, veio a universidade, o sonho Jornalismo virou Letras. bacharelado em Francês, sem se preocupar com o tempo. Movimento negro, movimento sindical, movimento estudantil foram importantes para a sua formação de indivíduo. O teatro também,, fez dois cursos na escola Macunaíma, agregou com o teatro de marionetes, com um professor chileno, até participou de um grupo, fez espetáculos infantis, muita coisa acontecendo em Sampa, não parava. Aposentado, a vida lhe possibilita estabelecer novamente alguns vínculos com prazeres de adolescência, juventude… Voltou a estudar, fez pós em SocioPsicologia na FESPSP, na General Jardim, é voluntário na Soweto, organização negra, desenha e busca aprimoramento. Está feliz e acreditando nos caminhos divinos.

Stiãojs nasceu em Pernambuco e vive em São Paulo desde 1960. Em São Paulo viveu a infância e adolescência com sua família de religião protestante (Igreja Crongregacionista Tradicional). Formou-se em Técnico de Artes Gráficas nos fins dos anos 70. Foi Produtor Gráfico, por mais de trinta anos. Estudou Letras e Sociologia (USP) e Economia (PUC). Nos anos 80, foi membro fundador do Movimento Em Defesa do Menor. Participou das revistas Limbo, Elo, Arteria e Desenruste. Foi ativista cultural e representante dos funcionários do IPT/USP. Nos anos 90 foi membro fundador da Soweto – Entidade Negra. Nos anos 2000 participou dos Cadernos Negros 25 (poesias). Atualmente vive em Boiçucanga, litoral paulista.

DADOS DO LIVRO
Título: Almas da liberdade
Autores: Paulo Rafael, Romildo Ibeji, Stiãojs
Editora: Aquarela Brasileira Livros
Gênero: Prosa, Poesias, Artes gráfica, Crônicas, Memórias
Formato: 13,5 x 17,5 cm
Número de páginas: 160
ISBN: 9978-85-92552-05-3
Web: www.aquarelabrasileira.com.br/almas-da-liberdade
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

Aquarela Brasileira Livros
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Aquarela Brasileira Livros é uma editora contemporânea, criativa e ousada. Trabalhamos com autores que amam escrever e também com quem tem histórias incríveis para contar.

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Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres

CAPA

4a CAPA

JORNALISMO CULTURAL, VIAGEM E LITERATURA

ASTROS E ESTRELAS – Memórias de um jovem jornalista em Londres, novo título da Aquarela Brasileira Livros, apresenta 16 histórias incríveis tendo a capital da Inglaterra como cenário

Há quem veja o Jornalismo como uma arte realista. Assim sendo, um Jornalista Cultural Internacional convive em dois mundos, no real e no da fantasia. Afinal, suas fontes são astros e estrelas das artes e do entretenimento mundial. A arte do Jornalista Cultural é um convite a entrar na intimidade e no pensamento de quem mexe com a imaginação de milhões de pessoas ao redor do planeta.

O jornalista cultural Wagner Merije teve a oportunidade de conhecer e conversar com artistas de ponta, protagonistas de obras e momentos que entraram para história. Esses encontros geraram uma série de reportagens publicadas na Folha de São Paulo, no Caderno Ilustrada.

Reunidas agora em livro, formam uma obra que emociona pela sensibilidade da prosa de Wagner Merije e pelo olhar investigativo que o jornalista retrata seus personagens – como a buscar desvendar a mágica que há por trás do show e da notícia.

O livro Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres reúne uma seleção de 16 histórias, recheadas de novos dados e detalhes de bastidores que as tornam saborosas e divertidas. O leitor vai junto com o jornalista ao encontro de astros e estrelas internacionais do cinema, da música, do teatro, das artes plásticas e da performance e, em meio a criações e bate-papos memoráveis, há um convite especial para passear pela cidade de Londres, sempre encantadora e vibrante.

Como destaca o jornalista e escritor Dennis de Oliveira, Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) da Escola de Comunicações e Artes da USP,  “Quem leu as reportagens de Merije na Folha de S. Paulo ficou com um gostinho de que faltava alguma coisa – mas não para ter certeza e sim para mergulhar mais fundo. Pois o texto jornalístico é antes de tudo, construído com o fluir sobre os acontecimentos. E lê-los é uma fruição.” Dennis, que é professor do curso de Jornalismo e dos programas de Pós Graduação em Integração da América Latina (Prolam) e Mudança Social e Participação Política (Promuspp), todos da USP,  segue no prefácio do livro: “Os “making of” das reportagens de Merije neste livro nos possibilitam nadar nus nas ruas de Londres e continuar aquecidos. O lugar da ética protestante teve o espírito do capitalismo desencarnado pelas falas do nosso arte-jornalista. Que viagem deliciosa!”

LITERATURA & VIAGEM
Gabriel Garcia Márquez dizia que “o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade…”. Já Marguerite Duras escreveu que “os jornalistas são os trabalhadores manuais, os operários da palavra. O jornalismo só pode ser literatura quando é apaixonado”.

Livros e viagens têm tudo a ver. inclusive, existe um gênero literário que trata somente de viagens, a literatura odepórica, que nada mais é que uma narrativa acerca das experiências, descobertas e reflexões de um viajante. Além disso, se você parar para pensar, os livros são excelentes companheiros de viagens.

Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres é um livro para quem gosta de viajar, para quem gosta de literatura de viagem, com informações e dicas interessantes para estudantes e profissionais das Comunicações, da Cultura, das Artes e do Entretenimento. Um compêndio sobre a Arte do Jornalismo e a Arte do viver com arte.

“Wagner Merije é uma daquelas pessoas que eu chamo de human in progress. Quando você pensa que ele terminou uma coisa, já começou outro (ou outros) projeto e a gente fica meio no ar nesse universo suprasensorial que ele reinventa incessantemente. E cá entre nós, com que gás!”, comenta no posfácio Erika Balbino, diretora da empresa Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo e escritora, formada em cinema e roteiro pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado.

O novo lançamento da Aquarela Brasileira Livros, uma editora jovem e apaixonada por livros e histórias, é um trabalho comprometido com a formação de jovens leitores, aproximando-os da literatura de viagem e aventura, resgatando as tradições clássicas sob uma nova e atual perspectiva. É mais uma prova da força do trabalho do autor. E uma demonstração de que a reportagem é uma arte literária também.

Sobre o autor
Wagner Merije é jornalista formado pela PUC-MG. Trabalhou para veículos no Brasil (Revista Palavra, Rede Minas, TV Horizonte, TV Senac, O Tempo, Vivo Music Tones, Rádio Inconfidência, Savassi FM) e no exterior (Folha de São Paulo/Cadernos Ilustrada e Turismo, Euro Brasil Press, em Londres). Tem passagem por assessorias de imprensa e produtoras culturais, foi intérprete de artistas e é colaborar de revistas, jornais e sites. Entre os livros que lançou estão Mexidinho (2017), Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. É curador e diretor audiovisual. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011), Prêmio da Música Brasileira (2013)­­­­. Mantém o site www.merije.com.br

DADOS DO LIVRO
Astros e Estrelas – Memórias de um jovem jornalista em Londres
Autor: Wagner Merije
Editora: Aquarela Brasileira Livros
Gênero: Jornalismo. Reportagem. Cultura. Arte. Música. Cinema
Formato: 14×21 cm
Número de páginas: 152
ISBN: 978-85-92552-04-6
Prefácio: Dennis de Oliveira (USP)
Posfácio: Erika Balbino (FAAP/USP)
Encomendas: faleaquarela@gmail.com
Site: www.aquarelabrasileira.com.br/astros-e-estrelas-memorias-de-um-jovem-jornalista-em-londres

 

PREFÁCIO
Ética da fruição e espírito além-capitalismo

“Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.” (Gabriel Garcia Marquez)

Das cidades europeias, talvez somente Londres poderia ter uma noite de experimentações latinas como as narradas por Wagner Merije neste livro que conta suas aventuras artísticas orgasmáticas jornalísticas na capital britânica. A cidade das contradições, onde o fogo do rock de protesto dos anos 1960 mantém a chama acesa ante a “friaca” dos ventos vindos do Tâmisa, em que os fish and chips embrulhados no jornal das cenas de pobreza narradas por Charles Dickens viraram pós-cult nos pubs com decorações vitorianas. E que a capital do império que intermediava o tráfico de escravos da África para o Brasil e Caribe e os produtos feitos a base do chicote nos tristes trópicos fosse o centro das experimentações latinas. Mas também foi ali que o pensador Stuart Hall se estabeleceu vindo da Jamaica para ganhar visibilidade internacional e, pouco tempo antes do seu falecimento, dizer, ironicamente e sorridente, que o seu projeto de exílio na metrópole foi um fracasso.

Por estas razões, Londres foi o palco ideal para as inquietas falas de um brasileiro, latino-americano e arte-jornalista como Merije furar, com um aríete de palavras, as regras da razão instrumental do Manual de Redação da Folha de S. Paulo: “Eu andava cheio de pautas, precisando compartilhar com o mundo o que eu andava observando. Depois que emplaquei a primeira e a segunda matéria na Ilustrada, eu fui propondo e os editores gostando e as matérias sendo publicadas no tempo dos acontecimentos”, disse ele. Provavelmente, no imaginário de quem lê a Ilustrada, deve pensar que o caderno foi escrito por algum engravatado yuppie, com toda a pauta organizada gravada em algum arquivo do laptop.

Mas as putas pautas que poderiam ser acondicionadas nas normativas técnicas eram, na winchester coberta com o chapéu de Merije, pautas putas porque transitavam livre, leves e soltas nas calçadas e parques arborizados londrinos. Os jardins bonitinhos e organizados da capital britânica têm suas folhas soltas e um arte-jornalista tem olhar e faros apurados para captar seus movimentos. Cinema, música e tecnologia podem possibilitar revoluções a partir dos quartos dos seus autores. Mas para serem revoluções precisam ser disseminadas no tempo e o jornalismo é o teleguiado adequado para isto.

Revoluções que transformam antigas prisões em templos das artes como ele conta na história sobre a Tate Gallery, que esquentam a frieza dos dispositivos tecnológicos em música tecno, esquentando o sol frio londrino, e se a coisa esfria muito, há sempre o aconchego das salas de cinema para aquecer com os grandes filmes.

Mas o olhar atento do arte-jornalista adverte com precisão: sucess, not suckcess! Ou então como a fronteira é tão tênue entre uma e outra, é melhor pegar outro caminho. Há muitas pontes que atravessam o Tâmisa, por serem tantas talvez seja melhor nem atravessar e tomar um tea with milk em uma casa de chá perto do Museu Nacional. Lá perto, visitei uma pequena loja em que se vendem sobretudos parecidos com os usados pelo Sherlock Holmes e que tinha tantas opções de chapéus para vender que acabei não comprando nenhum. Decidir e escolher sempre exigem critérios, objetivos e metas a serem atingidas e isto leva aquele dilema do certo/errado, sucesso/fracasso.

Quem leu as reportagens de Merije na Folha de S. Paulo ficou com um gostinho de que faltava alguma coisa – mas não para ter certeza e sim para mergulhar mais fundo. Pois o texto jornalístico é antes de tudo, construído com o fluir sobre os acontecimentos. E lê-los é uma fruição. Os “making of” das reportagens de Merije neste livro nos possibilitam nadar nus nas ruas de Londres e continuar aquecidos. O lugar da ética protestante teve o espírito do capitalismo desencarnado pelas falas do nosso arte-jornalista. Que viagem deliciosa!

Dennis de Oliveira é jornalista e escritor. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) da Escola de Comunicações e Artes da USP, professor do curso de Jornalismo e dos programas de Pós Graduação em Integração da América Latina (Prolam) e Mudança Social e Participação Política (Promuspp), todos da USP

 

POSFÁCIO
Human in progress

Wagner é uma daquelas pessoas que eu chamo de human in progress. Quando você pensa que ele terminou uma coisa, já começou outro (ou outros) projeto e a gente fica meio no ar nesse universo suprasensorial que ele reinventa incessantemente. E cá entre nós, com que gás!

Quando o conheci não sabia da sua trajetória. Ele chegou até mim com uma proposta educativa que tinha por missão principal tornar o celular aliado na transmissão de conhecimentos. Não o vilão para professores que ainda entendiam o objeto como um inimigo aterrorizante.

Foi assim, mostrando uma nova plataforma, redefinindo sentidos para um aparelho que comecei a observá-lo. Nessa seara fui também vendo música, arte, poesia e conhecendo a órbita em torno do Merije. Essa órbita é quase um exílio voluntário.

Ler a compilação de entrevistas desta obra me lembrou muito um trabalho que divulguei. O livro Farois no Caos, do Ademir Assunção. Um apanhado bom, com pessoas fora de órbita desse exílio produtivo.

Poderia ser mais um livro de compilação de matérias, não fosse a qualidade dos textos e dos entrevistados, bem como o momento pelo qual passa o jornalismo e os jornalistas no Brasil, para ficar só aqui em terras nossas.

Conquistas, paixões, homens e mulheres que nunca aceitaram o mundo e por isso mesmo, fizeram questão de devorá-lo, em exílio.

Por que insisto nessa palavra? O exílio (do latim exilium = banimento, degredo) é o estado de estar longe da própria casa, voluntária ou forçada de um indivíduo. Alguns autores utilizam o termo exilado no sentido de refugiado . Faz sentido?

Nessa órbita de Astros e Estrelas, e olha, não gosto tanto do título, encontramos a arte do jornalismo. “Pegue essas asas quebradas e aprenda a voar”, Paul McCartney. Acho que o jornalismo e os jornalistas estão exatamente nesse céu que não é de brigadeiro. É cada vez mais povoado por acordos comerciais, censura, interesses, acordos, pactos.

O jornalista é um griot, esmagado entre o passado e o futuro, indivíduos que tinham o compromisso de preservar e transmitir histórias, fatos históricos e os conhecimentos e as canções de seu povo. Existem os griots músicos e os griots contadores de histórias. Nos tempos atuais, nossos griots flutuam nas nuvens tecnológicas de novas plataformas que servem de palco para textos. A de se pensar, talvez, que o que importa é o texto e a plataforma.

E sobre a plataforma, lembro de quando tomei um susto ao ver na capa da Ilustrada, na Folha de S. Paulo, um anúncio de página inteira de uma marca de moda. Guardei por muito tempo essa edição, bem como, sempre guardei capas históricas, matérias que me inspiravam ou provocavam de alguma forma. Infelizmente, tive que me desfazer de tudo isso em minha última mudança, as páginas já estavam amareladas, páginas perecíveis de jornais que se mostram também perecíveis. E eu não fico feliz com isso, mesmo que pareça irônica em alguns momentos.

Quando era pequena a gente brincava na rua e dizia “só no ano 2000”. Estou em 2017, nessa transição bem difícil. Quase a mesma de deixar a minha Olivetti Lettera pela IBM. E depois, a IBM pelo primeiro PC. A tecnologia é também um regime autoritário que impõe reviravoltas e expõe identidades que nascem e morrem todos os dias. E o jornalismo, esse aqui exposto no livro, corre o risco de virar um conto.

Eu penso nisso todos os dias. À frente de uma agência de comunicação, sei que tenho que congelar o nosso DNA para renascer já escapando das obviedades. Reconhecer-me latina em um mundo que se deseja e se vislumbra global. Ser um baobá em uma aldeia com critérios e sonhos, a que se estar disposto para pesadelos. E sei que nesse mundo contemporâneo não haverá espaço para o meu candeeiro. Há que se devorar para renascer. O grande crash do jornalismo, o meteoro dessa órbita, vai quebrar o protocolo das relações e das redações. Cronenberg diz em certo momento da entrevista: acidentes como metáfora da colisão da atual tecnologia e da psique humana.

O crash do jornalismo haverá de quebrar igualmente a metáfora de tantos equívocos justificados pela necessidade da sobrevivência, os nocautes diários que sofrem a redação e seus gestores, a balança cega entre conteúdo e comercial.

Uma coletânea de textos publicados entre 1996 e 1997 tem a órbita precisa de cidadãos multiculturais como são Wagner Araújo e Wagner Merije. É dentro desse universo nem de estrelas nem de astros, mas de human in progress, que poderemos, juntos, caminhar e seguir adiante com a nossa crise financeira, crise social, crise das ideias, crise de consumo, crise dos nervos.

Gabriel Garcia Márquez, mencionado pelo autor, diz: “Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade…”. Confrontação. Conflito. Polarização. Discursos desgovernados. Em determinado momento o autor cita Shakespeare: “… Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras…”. Prática em desuso?

O autor provoca: “… A pergunta que ecoa feroz é: até quando um país da dimensão e com as riquezas do Brasil será mantido na periferia da indústria cultural? Passou da hora de inventar novas dinâmicas, novas formas de criar e compartilhar…”. E continua… “…Em 1992, Unforgiven, um roteiro que flutuou ao redor de Hollywood por quase vinte anos, ganhou uma indicação ao Oscar para roteirista e deu ao ator e diretor Clint Eastwood sua melhor expressão em anos. Western moderno, Unforgiven apresenta uma visão sombria da humanidade, onde os bons são raramente simplesmente ‘bom’, enquanto os maus enfrentam a redenção, mesmo humana, enquanto responsáveis por atos desprezíveis…”.

Nessa órbita de astros e estrelas desgovernados, quem busca redenção? Acho que prefiro aqueles que preferem ser bons. E isso, meus camaradas, não é tarefa simples.

Erika Balbino é diretora da empresa Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo e escritora. Formada em cinema e roteiro pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado, possui especialização em Mídia, Informação e Cultura pelo Celacc – Centro de Estudos Latino-Americanos da USP

 

Uma publicação da Aquarela Brasileira Livros
Livros são Incríveis! A gente ama!
Aquarela Brasileira Livros é uma editora contemporânea, criativa e ousada. Trabalhamos com autores que amam escrever e também com quem tem histórias incríveis para contar.
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Pedaladas Poéticas – Antologia do 31º Psiu Poético

São Paulo, 18 de Maio de 2017

CONVITE PARA A ANTOLOGIA “PEDADALAS POÉTICAS”

Poesia na bicicleta_Psiu Poético

Prezada(o) poeta, este ano o Psiu Poético, o mais antigo e duradouro evento anual de poesia do Brasil, realizado em Montes Claros, norte de Minas Gerais, chega à sua 31ª edição. O tema central de toda a programação é Linguagem & Bicicletas Voadoras.
Em nome da poesia da celebração, viemos por meio deste oficializar convite para sua participação no novo livro antologia “Pedaladas Poéticas”, que será lançado em celebração ao Salão Nacional de Poesia Psiu Poético 2017. A organização está por conta de Aroldo Pereira e Wagner Merije.
A proposta é fazer uma obra memorável, com projeto gráfico destacável, de bom conteúdo, com bons papéis e acabamento fino, para marcar essa data com toda pompa e circunstância.
A antologia do ano passado ficou incrível e tem reverberado por todo o Brasil. Saiba mais aqui

Sobre a antologia “Pedaladas Poéticas”
Cada poeta terá seis páginas para publicar seus poemas e breve biografia.
A obra terá sua inscrição do ISBN, com código de barras, Ficha Catalográfica e depósito legal junto a Biblioteca Nacional. O copyright (C) constará na ficha técnica em favor dos autores, preservando a propriedade intelectual da obra e direitos de cada um e de todos.
Esta é uma obra colaborativa e coletiva.

Informações gráficas
Capa C/Orelhas : Papel LD Cartão Triplex 250 grs
Cores: 4 x 0
Formato: 14 x 21 cm – Orelhas: 8 x 8 cm
Miolo P&B : Papel LD Polen Soft 80 grs
Cores: 1 x 1
Acabamento Capa C/Orelhas: Corte, Dobra de Capa – Manual, Saida de Boneco, Vinco,
Impressão, Laminação Fosca Frente

Cronograma
-Prazo para envio dos poemas: de 18/05 a 25/06/2017
-Elaboração de projeto gráfico, Design, Registros, Revisão, Textos adicionais: Julho/2017
-Produção gráfica: Agosto/2017
-Distribuição: A partir Agosto/2017
– Divulgação na imprensa: Setembro/2017
-Lançamento em Montes Claros: Outubro/2017

* Poemas, biografia e comprovante de depósito deverão ser enviados para o email: faleaquarela@gmail.com

** Solicitamos que atentem para algum texto que fira ou incite contra as opções e minorias, com conteúdos pejorativos à cor, condição sexual, crenças, religiões e outros, para evitarmos problemas.

*** É de responsabilidade de cada autor(a) a autoria da obra enviada (texto e imagem, quando houver).

Favor confirmar seu interesse em participar pelo e-mail: faleaquarela@gmail.com, para lhe enviarmos os dados da conta para depósito/transferência

Abs poéticos,

www.psiupoetico.com.br

www.aquarelabrasileira.com.br

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São Paulo em palavras no programa Capítulo à parte

Programa Capítulo a parte da TV Câmara São Paulo com o escritor Wagner Merije, organizador do livro “São Paulo em Palavras”.
Exibido em 25/01/2017, dia do aniversário de 463 anos da cidade de São Paulo

Saiba mais sobre o livro aqui

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Lançamento do livro São Paulo em palavras foi um sucesso

São-paulo-em-palavras_convite

Foi um sucesso o lançamento do livro São Paulo em palavras no Sesc Pinheiros, no dia 25/01/2017, dia do aniversário da cidade que completou 463 anos.
Além do lançamento, teve também um maravilhoso Sarau em homenagem a São Paulo e a todos que nela vivem, trabalham e criam.
Participaram 23 autores autores do livro e teve microfone aberto para o público.
O público foi de 180 pessoas.
Uma tarde linda de boas trocas e muito aprendizado que deixou um gosto de quero mais.
A repercussão na imprensa foi excelente, com matérias em sites, jornais, programas de TV e entrevistas de rádio.
Confira algumas fotos:

Fotos acima: João Henrique Abreu

 

Fotos acima: Coletivas

 

Saiba mais sobre o livro e os autores clickando aqui

Encomendas pelo e-mail: faleaquarela@gmail.com (R$ 35,00 entregue pelos Correios)

 

CLIPPING  (veja mais em Imprensa)

São Paulo em palavras_R7_Pop_170117
São Paulo em palavras_R7_Pop_170117

Programa Capítulo a parte da TV Câmara São Paulo com o escritor Wagner Merije, organizador do livro “São Paulo em Palavras”.
Exibido em 25/01/2017


Entrevista na Rádio Estadão, no programa Estadão Noite, com Wagner Merije, transmitida no dia 23.01.17.mp3


Entrevista na
Rádio Brasil Atual  com Wagner Merije, transmitida em 20/01/17
https://soundcloud.com/redebrasilatual/sao-paulo-em-palavras-uma-leitura-da-cidade-na-visao-de-26-autores

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Mário de Andrade está no meio de nós

PAISAGEM Nº 3

Chove?
Sorri uma garoa cor de cinza,
Muito triste, como um tristemente longo…
A casa Kosmos não tem impermeáveis em liquidação…
Mas neste largo do Arouche
Posso abrir meu guarda-chuva paradoxal,
Este lírico plátano de rendas mar…
Ali em frente… — Mário, põe a máscara!
— Tens razão, minha Loucura, tens razão.
O rei de Tule jogou a taça ao mar…
Os homens passam encharcados…
Os reflexos dos vultos curtos
Mancham o petit-pavé…
As rolas da Normal
Esvoaçam entre os dedos da garoa…
(E si pusesse um verso de Crisfal
No De Profundis?…)
De repente
Um raio de Sol arisco
Risca o chuvisco ao meio.

Um poema do glorioso e saudoso Mário de Andrade, que está no livro “São Paulo em palavras”, para alegrar os corações.
Ter Mário conosco é ou não um LUXO?

Conheça mais sobre a biografia de cada autor aqui

Mário de andrade
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São Paulo em palavras

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São Paulo em Palavras, novo título da Aquarela Brasileira Livros, apresenta uma metrópole multifacetada na visão de 26 autores

São Paulo em conto, prosa e verso pelas palavras de Alessandro Buzo, Alex Richard, Amara Moira, Ana Maria González, Andrea Pelagagi, Bruno Brum, Brunno Almedia Maia, Daniel Arruda, Dennis de Oliveira, Erika Balbino, Fábio Bardella, Gu Tramontin, Janaina Abreu, Jenyffer Nascimento, João Diniz, Jonas Worcman, José Santos, Lívia Prado, Paulo Rafael, Pedro Gabriel, Roberta Scatolini, Selma Maria + Nina Anderson, Vanessa Farias, Wagner Merije e do saudoso Mário de Andrade.

Para celebrar a cidade, um grupo de escritores foi reunido pelo editor e artista múltiplo Wagner Merije para criar uma obra única e coletiva que mostrasse a relação de cada autor com a metrópole. O resultado é a antologia São Paulo em Palavras, compêndio de 160 páginas à venda por R$ 35,00.

“…A ideia é descortinar e mostrar a capital revista por paulistanos e paulistas, por brasileiros de outras partes do país e de fora dele, por gente das periferias e universidades, com formações diversas e atuações em vários movimentos e que vivem a cidade com intensidade…”, afirma Merije, organizador do livro.

No título, cada autor apresenta suas criações em seis páginas. Amor, amizade, tensão, delírio, autoconhecimento e mapas sentimentais que trazem à tona lugares, personagens, momentos históricos e suas relações afetivas sobre esta instigante cidade que completa 463 anos.

“…Em quase meio século de existência, São Paulo se tornou uma metrópole superlativa em tudo, inclusive na diversidade. Por motivos assim, é muito válido dedicar uma obra artística de percepções múltiplas para a pauliceia. A concepção grega de percepção incluía a provocação do reconhecimento, de admitir que cada coisa tem alma, paixões, amor, fascinação capaz de provocar uma reciprocidade afetiva no sujeito percebedor. São representações abertas sobre São Paulo a propor o diálogo e a interação…”, complementa Merije, no prólogo do livro.

O título tem a orelha assinada por Alexandre Staut, escritor, editor, criador da revista São Paulo Review.

O lançamento (inicial) acontece no dia do aniversário da cidade, 25 de janeiro (quarta-feira), das 17h às 19h, no Sesc Pinheiros, com direito a sarau com participação de vários escritores e microfone aberto para o público.

DADOS DO LIVRO

Titulo: São Paulo em Palavras
Gênero: miscelânea de escritos brasileiros
Formato: 14×21 cm
Número de páginas: 160
ISBN: 978-85-9255-203-9
Editora: Aquarela Brasileira Livros
Encomendas: faleaquarela@gmail.com

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Leia o PRÓLOGO escrito por Wagner Merije

 

São Paulo em palavras, sentidos, percepções, funções e improvisos

De que é feita uma cidade? Existem quantas Sampas? Como cada pessoa vê a cidade de São Paulo? Fascinante, agitada, bonita, acolhedora? Por meio das lentes dos criadores ela vai sendo revelada: cidade poderosa, criativa, pulsante, rebelde, congestionada, violenta, onde acontecem coisas que influenciam o Brasil e o mundo.

Em quase meio século de existência São Paulo se tornou uma metrópole superlativa em tudo, inclusive na diversidade. Por motivos assim, vale muito a pena descobrir esta cidade global, repleta de conhecimento, tendências, cheiros e cores.

Mas este não é um guia turístico. É muito mais do que isso. Esta é uma obra artística de percepções. A concepção grega de percepção incluía a provocação do reconhecimento, de admitir que cada coisa tem alma, paixões, amor, fascinação capaz de provocar uma reciprocidade afetiva no sujeito percebedor. São representações abertas sobre São Paulo a propor o diálogo e a interação.

Um texto semiótico é um corpo de ideias, um discurso, um recorte ético sobre valores, um mapa. Não são somente os textos (e as imagens) que concentram os significados, mas o campo de relação que pode existir entre eles. O processo de criação, individual e coletivo, nesse caso, é riquíssimo de dados que aparecem, no todo, aqui.

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas. Cada pessoa tem uma cidade em mente feita exclusivamente de diferenças. Uma cidade sem figuras e sem forma preenchida pelas cidades particulares. Esta obra também é um documento histórico, para o hoje e o amanhã, uma tentativa de contar e compreender uma cidade que são muitas. Uma cidade-estado-nação. Na sensível possibilidade de inverter a ordem do mundo está também a oportunidade da reciprocidade e do diálogo que a arte oferece.

Este livro – uma obra coletiva, uma ação entre amigos para viabilizar a fluidez e a fruição de ideias – revitaliza a cidade e a todos. Neste mergulhar em Sampa, o essencial não é mais a cidade, mas as relações corpo/espaço/arquitetura em experiências que envolvem os vários sentidos.

A literatura é uma manifestação de enfrentamento do paradoxo inexplicável da vida. Experimente, aguce seus sentidos e viva a cidade! A ideia é que a leitura seja um passeio divertido, afetivo e informativo por essa imensidão.

Por essas e outras, é preciso celebrar!

Com este volume, o primeiro da série Em palavras, inauguramos uma coleção de percepções sobre cidades, estados e países.

A viagem promete ser boa e animada.

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 Leia as ORELHAS escritas por Alexandre Staut

 

Logo que soube desta coletânea de escritores e sua relação com São Paulo, procurei ver se o volume trazia a diversidade que dá forma à cidade múltipla, que se multiplica e transforma a cada dia.

Abri o livro e encontrei Alessandro Buzo, nascido e criado no Itaim Paulista, extremo da Zona Leste da capital, e seus textos que merecem ser lidos em voz alta, em cima de palanque, de preferência com megafone. Idealizador e apresentador do Sarau Suburbano, um dos mais importantes da cidade, e codiretor do filme Profissão MC, Buzo nos mostra a jornada do herói invisível, equilibrando-se nos trilhos dos trens abarrotados da capital.

Da periferia também vem Jenyffer Nascimento. Feminista, poeta, escritora, integrante de coletivos que discutem gênero envolvendo mulheres negras. Sua voz parece se juntar em uníssono à de Buzo. Mas, como a cidade se multiplica em cada esquina, os ecos de ambos se reverberam na voz de Amara Moira. Ela escreve em sua minibiografia: “travesti, prostituta, feminista e doutoranda em teoria literária pela Unicamp”.

Da universidade também vem uma das pessoas mais cultas e inteligentes que conheço, Brunno Almeida Maia, pesquisador em Filosofia pela Unifesp, autor de peças de teatro, que estuda relações da moda enquanto vestimenta com a literatura.

Das periferias e universidades, passamos em sobrevoo pelo delicioso Bixiga, no centrão de São Paulo, onde Dennis de Oliveira busca a praia na cidade de concreto. A migração e imigração não podiam deixar de aparecer neste livro. Parafraseando Camilo Castelo Branco, a cidade que tem da ave a meiguice e do tigre a insustentável sofreguidão, é olhada com ternura pela mineira Andréa Pelagagi e de forma cativante nos desenhos de Pedro Gabriel. Ele nasceu em N’Djamena, capital do Chade (África) e hoje vive na capital paulista. Aqueles que vieram de fora para dar vida à cidade grande ainda aparecem numa receita de arrumadinho de carne seca; em haikais da rua Glória, no bairro da Liberdade; nas vielas da Vila Carrão; ou no bairro do Limão, tudo reunido nas palavras de José Santos.

Para fechar com chave de ouro o recorte de São Paulo pensado pelo artista múltiplo Wagner Merije, não podia faltar o trânsito diário e a garoa que já foi marca da cidade. Eles aparecem de forma poética no trabalho da produtora cultural Roberta Scatolini.

Mário de Andrade, pai de todos nós, que em tempos longínquos cantou a pauliceia em prosa e verso, também comparece neste retrato da cidade de rios não mais navegáveis, a cidade dos Borbas-Gatos, de descaminhos, de arroubos, de lutas, de setas e cantigas, de Brecheret, como diz o poeta. Uma cidade que ao mesmo tempo fere e cura a ferida.

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Conheça um pouco da biografia de cada autor

ALESSANDRO BUZO tem 44 anos, nascido e criado no Itaim Paulista, extremo da zona leste de São Paulo. Em 2000, lançou de forma independente o livro O Trem – Baseado em Fatos Reais. A partir daí mudou sua trajetória. Hoje, é autor de doze livros, entre eles Guerreira, Hip Hop – Dentro do Movimento, Favela Toma Conta 1 e 2 e Ruas de Fogo. Organizou dez coletâneas literárias, seis volumes da coleção Pelas Periferias do Brasil e quatro volumes da coleção Poetas do Sarau Suburbano. Idealizador e apresentador do Sarau Suburbano, às segundas-feira na Livraria Suburbano Convicto (Bixiga, São Paulo) e uma vez por mês no bar Cartola em São Sebastião, litoral norte de SP. Diretor (com Toni Nogueira) do filme Profissão MC (ficção, 2009, 52 min), disponível no YouTube (www.youtube.com/alessandrobuzo). Apresentou o quadro Buzão – Circular Periférico por três anos no Programa Manos e Minas da TV Cultura (2008/11). De setembro de 2011 a setembro de 2014 apresentou o quadro SP Cultura, no Jornal SPTV 1ª edição, da Rede Globo, sobre a cultura da periferia. Em seu canal no Youtube exibe o programa Suburbano Entrevista, com personalidades do universo cultural brasileiro. Organiza desde 2004 o evento Favela Toma Conta, até aqui foram 30 edições realizadas. Pai do Evandro Borges (16 anos) e casado há 17 anos com Marilda Borges, que é sua produtora e fotógrafa.

ALEX RICHARD MARTINS, nascido em 1986 na cidade de São Paulo, morou em Sampa até 1993. Desde então reside em Arujá – SP, mas nunca perdeu a ligação com a cidade. Cursou a faculdade de Ciências Biológicas na Universidade Camilo Castelo Branco – Unicastelo – (Zona Leste) e é pós-graduado em Gestão Pública de Controle e Educação Ambiental pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Trabalhou por alguns anos em escolas municipais da região da Freguesia do Ó, Brasilândia (Zona Norte) e Guaianases (Zona Leste). Pai do peralta e risonho Pablo Rian. Ativista de causas diversas, militando em movimentos ambientais, sociais e culturais, é professor na rede pública estadual e educador ambiental. Idealizador e apresentador do Sarau do Ernesto, que acontece mensalmente desde 2013 no bairro Parque Rodrigo Barreto em Arujá, nas escolas em que leciona e em outros espaços da cidade. Tem textos publicados em antologias como Poetas do Sarau Suburbano vol. 3 (Edicon, 2015), Poetas do Sarau Suburbano vol. 4 (Aquarela Brasileira Livros, 2016), Pelas Periferias do Brasil vol. 6 (Aquarela Brasileira Livros, 2016), entre outras.

AMARA MOIRA é travesti, prostituta, doutoranda em teoria literária pela Unicamp, feminista e militante dos direitos de LGBTQIAs e de profissionais do sexo. Além disso, ela é autora do livro “E Se Eu Fosse Puta” (hoo editora, 2016), em que descreve as suas experiências na prostituição por uma perspectiva feminista ao mesmo tempo que literária, buscando apresentar ao leitor em detalhe a vida a que temos direito enquanto travestis, enquanto prostitutas.

ANA MARIA MENDEZ GONZÁLEZ na faculdade de Letras descobriu a linguagem e a força das metáforas. Daí ao mundo das imagens, da fotografia e do cinema, foi um pulo. Mais unzinho e viu que tudo de mais importante estava na Arte. Sua mania de pesquisa ajudou. Acha maravilhoso poder escrever palavras em parágrafos, com vírgulas e pontos. Incrível que tudo isso junto possa formar textos, expressando significados, sentidos e imaginação.

ANDRÉA PELAGAGI, 35 anos, nascida em Minas Gerais, vive há mais de dez anos na cidade de São Paulo, onde trabalha como consultora de marketing e gerente de projetos. Formada pela universidade de Brasília em Relações Internacionais e Ciência Política, é corredora amadora, apaixonada por viagens e livros, e por enxergar poesia além dos versos. Teve seu primeiro livro solo de poemas publicado em 2013 – ao Ocaso. Publicou dois livros infantojuvenis – (Im)previsível e As Amigas que fiz e, teve seu conto O sorriso de Okan selecionado pelo Prêmio Sesc de Literatura (Categoria Monteiro Lobato de Contos Infantis). Em 2016 participou da Feira do Livro de Lisboa e do Fliaraxá, lançando seu primeiro livro de crônicas – Soprando meu dente de leão.

BRUNO BRUM nasceu em Belo Horizonte, em janeiro de 1981. É poeta e designer gráfico. Publicou os livros Mínima Ideia (2004), Cada (2007), Mastodontes na Sala de Espera (2011, vencedor do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura 2010, na categoria Poesia) e 20 Sucessos (2016, em parceria com Fabiano Calixto).

BRUNNO ALMEIDA MAIAPesquisador em Filosofia pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) é autor dos livros O Teatro de Brunno Almeida Maia (Editora Giostri, 2014) e Moda Vestimenta Corpo (Editora Estação das Letras e Cores, 2015).

DANIEL ARRUDA é músico, fotógrafo e autor dos livros Observatório (poemas) e A Saga Dos Rodrigues (contos).

DENNIS DE OLIVEIRA é jornalista e escritor. Nascido na Bela Vista, em 1963, morou no bairro paulistano de 1985 a 1988 e de 2010 a 2014. Neste mesmo bairro nasceu a sua filha, Camila Oliveira, em 1987, hoje farmacêutica. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, professor do curso de Jornalismo e dos programas de Pós Graduação em Integração da América Latina (Prolam) e Mudança Social e Participação Política (Promuspp), todos da USP. Autor dos livros Globalização e racismo (2001), Racismo no século XXI (2016) e Jornalismo e emancipação (no prelo). É colaborador da revista Fórum (www.revistaforum.com.br). Mantém um blog de crônicas e poesias intitulado Escrevo o que quero (http://dennisoliveira.wordpreess.com). Atua como consultor em projetos culturais em instituições governamentais e não governamentais. É membro da Rede Antirracista Quilombação, coletivo fundado em 2013 que reúne ativistas que lutam contra a discriminação racial em vários países da América Latina.

Paulistana, e apaixonada por capoeira, ERIKA BALBINO é diretora da empresa Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo. Formada em cinema e roteiro pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado, possui especialização em Mídia, Informação e Cultura pelo Celacc – Centro de Estudos Latino-Americanos da USP, com produção de artigo científico sobre O Corpo do Negro como Mídia. Em 2014, publicou o seu primeiro livro infantojuvenil Num Tronco de Iroko vi a Iúna Cantar (Editora Peirópolis), que aborda a capoeira e personagens das culturas indígena, cabocla e negra do Brasil, recebendo excelente repercussão do público e da mídia e realizando inúmeras apresentações em escolas e centros culturais e comunitários. O texto apresentado nessa edição faz parte de seu próximo livro, O Osso – Poder e Permissão, a ser lançado em 2017

FÁBIO BARDELLA vive em São Paulo. Formado em Jornalismo, atua como diretor, montador e fotógrafo audiovisual. Atualmente está difundindo seu selo de criação “RealqualqueR”. Na área de produção, integrou os projetos As melhores coisas do mundo (Gullane Filmes, 2010), Vips (O2 Filmes, 2011) e fdp (Pródigo filmes/HBO, 2012). Como fotógrafo assinou os documentários The Best of Lambada (Yuri Amaral, 2013), Escola das Águas (Juliana Vicenti, 2013, Canal Futura) e Praia do Flamengo, 132 (Vandré Fernandes, 2017). Como fotógrafo adicional assinou os longa-metragens Tudo por Amor ao Cinema (Aurélio Michiles, 2014), Anna K (José Roberto Aguillar , 2014), e a série História da Alimentação no Brasil (Eugênio Puppo, 2017).
Dirigiu os curtas Estação Bahia (2012) e Armazém do Limoeiro (2016). Dirigiu e fotografou os longas Osvaldão (doc, 2014) e Através (Fic, 2015), filmes que entraram em circuito comercial em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, BH, Brasília e outras capitais.

GU TRAMONTIN nasceu em São Paulo no ano de 1974. É cirurgião-dentista especializado em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-faciais. Apaixonado pela palavra escrita, se vê desde a adolescência compondo e escrevendo poesias, contos, crônicas e letras para músicas por necessidade de comunicação consigo mesmo, diluindo o cotidiano através de sua ótica peculiar. Gravado pela cantora Vanessa Farias, com textos no site da Polinesia tees, tem amplo trabalho inédito e apresenta aqui, pela primeira vez, algumas de suas poesias ao público.

JANAINA ABREU nasceu no bairro da Bela Vista, na região central da cidade de São Paulo, mas seu coração é da zona leste. Comunicadora social e especialista em marketing, integra a luta na defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes. É sócia-colaboradora do Centro de Educação, Direitos Humanos e Defesa da Criança, Adolescente e Juventude Paulo Freire (Cedheca Paulo Freire) e integrante do Comitê Estadual dos Direitos Humanos de São Paulo. Organizadora do livro O Melhor do Almanaque Brasil (Ed. Positivo, 2004) e do e-book Salvar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Ed. Instituto Paulo Freire, 2015). Coordena o setor de Comunicação no Instituto Paulo Freire. É também grande amiga de Alex Nascimento, artista gráfico, autor da imagem que ilustra este texto, parceiro de tantos anos e muitos momentos especiais.

JONAS WORCMAN é poeta e contador de histórias. Autor de três livros e finalista do Jabuti 2015. Criador e coordenador do projeto Kombiblioteca, que resultou em um documentário e um projeto de memória sobre a memória dos saraus das periferias de São Paulo. Estuda e trabalha no Museu da Pessoa. Viajante e aprendiz das curas indígenas ancestrais. Atua há 3 anos com o Thetahealing, é iniciado no Magnified Healing e Reiki I e II. É criador do Poetarot, tendo feito mais de 500 sessões pelo Brasil.

JOSÉ SANTOS começou a escrever seus primeiros poemas por volta dos 15 anos, mas só se tornou escritor muito tempo depois. Foi balconista de livraria, trabalhou num canal de TV e num museu, sem nunca abandonar a paixão pela escrita. Já tinha mais de 40 anos quando publicou seu primeiro livro para crianças e jovens, e, a partir daí, não parou mais. Seus livros tratam de assuntos variados como animais em extinção, folclore, astronomia, cultura portuguesa, esporte e até assombrações. Os textos da antologia foram retirados do livro inédito Escrevendo em cima de um mapa. Vencedor do Prêmio Jabuti 2016 com o livro A Divina Jogada (com Eloar Guazzelli, Editora Nós).

JENYFFER NASCIMENTO é feminista, poeta e escritora. Atua no movimento cultural de saraus nas periferias de São Paulo há 10 anos. Publicou nas antologias Pretextos de Mulheres Negras, Sarau do Binho (2013 e 2015), Sarau Preto no Branco (2014),  Memorial Matuto (2015), Pretumel de Chama e Gozo (Organização Cuti e Akins Kintê – 2016), Brasil Periférica (Chile 2016) e em 2014 publicou o livro Terra Fértil, seu  primeiro trabalho autoral, organizado pelo coletivo MJIBA. É integrante dos coletivos Fala Guerreira, Periferia Segue Sangrando e Núcleo de Mulheres Negras da zona sul, todos ligados à discussão de gênero envolvendo as mulheres negras e periféricas.

JOÃO DINIZ é arquiteto dedicado a projetos de edificações e urbanos e também atua na áreas de design, escultura, desenho, fotografia, música, cinema, literatura e ensino. Publicou livros com sua arquitetura, fotografia, e dvds e cds musicais à frente do coletivo Pterodata. Com sua poesia lançou os livros Arte de Obra (Ed. Manuscritos 2010), Ábaco e Aforismos Experimentais (Ed. Asa de Papel 2011 e 2014). Participou de livros coletivos de poesia, dentre eles Trinta Anos Luz (Aquarela Brasileira Livros, 2016). Unindo fotografia e poesia urbana publicou os livros Visible Cities, Polskantor e Budapest Rhapsody (transBooks 2007, 2013, 2016). Seu trabalho pode ser conhecido em vários links na Internet, dentre eles www.joaodiniz.com.br

LÍVIA PRADO é internacionalista, historiadora ou tradutora, conforme a necessidade e a lua. Mineira na certidão, leva sete anos tentando comer São Paulo. A indigestão vira às vezes palavra.

PAULO RAFAEL é historiador, educador e autor do livro infanto- juvenil O Mundo cá tem fronteira: Uma Aventura Brasil – Cabo Verde e do texto O Garoto Régulus – Uma homenagem a Paulo Freire. Nasceu em São Paulo, no bairro da Mooca em 25 de janeiro. Trabalhou como educador na Secretaria de Estado da Criança, na Rádio Heliópolis e no Instituto Caboverdeano de Menores, em Cabo Verde – África. Desenvolveu pesquisa para os documentários Ermelino é Luz e Um dia de Samba, de Pedro Dantas. Jogou futebol na várzea, é corinthiano de coração e tem dois netos queridos.

PEDRO GABRIEL nasceu em N’Djamena, capital do Chade (África), em 1984. Filho de pai suíço e mãe brasileira,chegou ao Brasil aos 12 anos. É formado em publicidade e propaganda pela ESPM-RJ e autor de 3 livros. São eles: Eu me chamo Antônio (2013), Segundo (2014) e Ilustre Poesia (2016). Todos publicados pela editora Intrínseca. Ficou conhecido nacionalmente pelos versos desenhados em guardanapos no balcão do Café Lamas, no Rio de Janeiro, postados nas suas redes sociais – que somam mais de 1 milhão de seguidores. Hoje, mora em São Paulo. As artes cedidas para este livro fazem parte de uma busca por uma nova identidade poética, onde a concisão e a sensibilidade, tanto dos traços quanto das palavras, convidam o leitor a passear por infinitos caminhos de reflexão.

ROBERTA SCATOLINI é educadora popular, atriz, psicóloga e mestre em Educação pela PUC/SP com uma pesquisa sobre o Teatro do Oprimido e a corporeidade dos educadores. Acredita que a arte e a cultura são fundamentais para a práxis libertadora.

Nasci SELMA MAR-ia quando na minha cidade já não tinha MAR. Fui procurar esse MAR dentro de mim, no meu MAR de palavras que criei para ser poeta. Vi que essa MAR- ia para a MAR-ginal. Gosto das MAR-gens, da peri-fe-RIA, no invisível das pessoas que nestes lugares vivem. Por quê? Deve ser porque SP tem seu mar na marginal. Minha poesia nasce dessa MAR-ia. As ilustrações, feitas pela Nina, fazem parte do livro Um pequeno tratado de brinquedos para meninos quietos da cidade, lançado pela Editora Peirópolis. Tem mais no site selmaria.wixsite.com/selmaria

NINA ANDERSON é ilustradora. Publica livros desde os dezoito anos e hoje já soma nove títulos. Viajou três vezes para a Europa e aprendeu a falar fluentemente inglês, francês e italiano. Morou em Bologna – Itália, sede da feira internacional de livros infantis, onde fez cursos de Ilustração na Accademia di Belle Arti di Bologna e Teatro com Serge Nicolaï,  ator da Companhia Théatre du Soleil em Modena – Itália. É professora e palestrante em oficinas de arte para crianças e professores em espaços diversos. Foi aluna dos ilustradores Odilon Moraes e Fernando Vilela, no Tomie Ohtake, da ilustradora Laura Teixeira, no B_arco – São Paulo, e da artista plástica Aline Van Langendonck, no Instituto Rodrigo Mendes. Apresenta o espetáculo infantil Lesma Mesma, baseado no livro com o mesmo título.

VANESSA FARIAS  é escritora, jornalista, cantora e compositora. Participa desde 2014 de ateliês de criação literária ministrados pelos escritores Luís Brás e Nanete Neves. Participou da antologia Um circo de percalços falsos – guia para a bibliotecária das galáxias, pelo coletivo As lontras daquela hora. Também lançou um EP autoral intitulado Daqui pra frente (Independente, 2015).

WAGNER MERIJE gosta de criar e inventar coisas desde pequeno. É poeta, escritor, jornalista (PUC-MG), curador, gestor cultural e compositor. Tem trabalhos lançados no Brasil e no exterior. Publicou os livros Cidade em transe (2015), Viagem a Minas Gerais (2013), Torpedos (2012), Mobimento – Educação e Comunicação Mobile (2012) – finalista do Prêmio Jabuti 2013, e Turnê do Encantamento (2009), lançados em alguns dos principais eventos literários do país. Sua escrita também está em antologias e em outras mídias. Trabalhou para jornais, revistas, TVs e rádios no Brasil e no exterior, tais como Folha de São Paulo/Ilustrada, O Tempo, TV Minas, TV Sesc, Rádio Inconfidência, dentre outros veículos. Criou e coordena o projeto MVMob – Minha Vida Mobile, que capacita estudantes e educadores para a apropriação criativa dos celulares. Tem músicas em discos, filmes, séries e programas de TV. Recebeu os prêmios Sesc Sated (2003), Prêmio Tim da Música Brasileira (2005), Rumos Itaú Cultural (2008), Inovação Educativa Fundação Telefônica – OEI (2011), Prêmio da Música Brasileira (2013)­­­­. Em 2014 foi homenageado pelo Salão Nacional de Poesia Psiu Poético. É de BH, já morou em Londres e desde 2005 habita SP. Mantém o site www.merije.com.br

MÁRIO raul DE moraes ANDRADE (1893 – 1945) publicou Pauliceia Desvairada em 1922 (de onde estes poemas foram retirados). Romancista, cronista, ensaísta, musicógrafo, crítico, jornalista, professor, pesquisador, conferencista, poeta e contista. Estreou em 1917 com um indeciso livrinho de poemas – Há uma gota de sangue em cada poema. Mas cinco anos depois publicou Pauliceia Desvairada, marco dos mais importantes na história da poesia brasileira, autêntico estopim deflagrador de novas correntes estéticas. É autor também de Macunaíma, Amar, Verbo Intransitivo, Clã do Jabuti e dos volumes de contos Primeiro Andar, Belazarte, Contos Novos, entre outros.

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Um lançamento da Aquarela Brasileira Livros

Livros são Incríveis! A gente ama!

Aquarela Brasileira Livros é uma editora contemporânea, criativa e ousada. Trabalhamos com autores que amam escrever e também com quem tem histórias incríveis para contar.

faleaquarela@gmail.com

 

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Akademia dos Párias em São Paulo

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Poetas do Maranhão vão destilar poesia na Casa das Rosas no dia 07/12/2016, no lançamento do livro “A poesia atravessa a Rua”, em comemoração aos 30 anos do grupo de poetas que nos anos 80 se reuniu e agitou São Luís com livros, saraus, revistas e muita festa.

Participação de Paulo  Roberto Gomes, Raimundo Garrone, Marcello Chalvinski, Ademar Danilo, Celso Borges, Fernando Abreu e ZéMaria Medeiros, entre outros.

Serviço

Poetas do Maranhão vão destilar poesia na Casa das Rosas no dia 07/12/2016,

Evento: Lançamento do livro “A poesia atravessa a Rua” com Sarau

Data: 07/12/16

Local: Casa das Rosas – Avenida Paulista

Horário: Das 19h às 21h

A produção do lançamento em São Paulo é da Aquarela Brasileira

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Livre Opinião, livros e parcerias

Entrevista bacana do escritor e livreiro Alessandro Buzo no “Livre Opinião” cita os livros produzidos pela Aquarela Brasileira Livros

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pelas-periferias-do-brasil-vol-6_livroempe_promo Poetas do Sarau Suburbano vol 4_capa

Leia a entrevista na íntegra aqui: https://livreopiniao.com/2016/10/12/alessandro-buzo-a-periferia-cansou-de-esperar-agora-produz-sem-pedir-permissao-a-ninguem-alem-do-seu-proprio-publico/

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